Começa no fim-de-semana que se avizinha o II Campeonato da Liga Portuguesa de Basquetebol (LPB) e parece-me por isso oportuno fazer uma apreciação quer à competição quer aos clubes presentes.
Esta segunda edição da LPB fica desde a pré-época marcada pela aparição do F.C.Porto como um sério candidato ao título, juntamente com o Benfica, aparição apimentada pela contratação por parte do Porto do seleccionador nacional Monco Lopez, o que com o andar do campeonato vai ser motivo de conversa, seja para justificar resultados menos bons por parte dos adversários directos, seja para reclamar de uma atitude de bajulação que já se começa a notar por parte de alguns agentes. Aguardemos...
Para além desta bipolarização da prova, este também será mais um campeonato em que o nível competitivo estará mais uma vez marcado por baixo. Estrangeiros de menor qualidade, onde o recrutamento é cada vez mais precário e algumas equipas que nem dinheiro têm para preencher as três vagas para atletas não nascidos em Portugal.
A marcar a prova estará também e inevitavelmente a morte de Kevin Widemond.
Das 12 equipas presentes 6 estavam até há duas épocas atrás na Proliga e uma veio directamente do CNB1 para a alta roda da competição e para este campeonato apenas 4 podem ter aspirações, mas umas mais do que outras. O escalonamento aqui deixado é um mero exercício de opinião.
BENFICA - É o campeão em título e por isso merece o benefício da dúvida, manteve a estrutura principal da equipa e mesmo perdendo um dos melhores estrangeiros que passou por Portugal (Seth Deliboa), os reforços da equipa parecem ter qualidade suficiente para manter o nível, especialmente Will Frisby. É candidato, mas tem de manter os pés assentes no chão, a final do António Pratas foi só um exemplo.
F.C.PORTO - É por força da tradição um candidato ao título. Este ano reforça essa candidatura num claro melhoramento do seu plantel, onde salta à vista a entrada de Carlos Andrade. Para além disso a aposta no actual seleccionador nacional para orientar a equipa reforça ainda mais essa ideia e quando até Pinto da Costa se envolve na modalidade... Do plantel apenas tenho uma dúvida e que se prende com o peso nas áreas próximas do cesto. Apesar de ser uma equipa grande em altura e móvel, na área pintada pode ter problemas.
GUIMARÃES - Esta equipa do Guimarães pode ser durante este campeonato uma agradável surpresa e se dúvidas houvessem o Troféu António Pratas dissipou-as todas. Para assumir uma candidatura a estar presente nas grandes decisões da época o regresso de Tommie Eddie a Guimarães foi um passo importante. De facto existem jogadores talismã para certas equipas. Mas este Guimarães não é só Tommie Eddie, e Fernando Sá foi buscar matéria-prima suficiente para montar uma equipa à sua imagem enquanto atleta: dar tudo em campo. Só falta saber se a recente fuga de Francisco Machado é ou não uma areia na engrenagem.
OVARENSE - É para mim a grande incógnita da época. Já o era antes do trágico acontecimento que todos conhecem, é-o ainda mais agora. Já o escrevi e continuo a pensar da mesma maneira, causa-me estranheza ver uma Ovarense que não é candidata a ganhar nada. Para os mais sensíveis devo dizer, até por respeito aos dirigentes da Ovarense, especialmente o Dr. Arala Chaves, que sei que por tradição esta Ovarense é pelo menos candidata a cumprir escrupulosamente as suas obrigações. Agora em termos desportivos, o grupo parece ser curto para continuar a tradição vareira de candidata a títulos todos os anos.
Daqui para baixo a ordem é arbitrária até porque as incógnitas são mais que muitas e os plantéis incompletos podem baralhar as contas.
ACADÉMICA - Depois do brilharete da época passada é grande a responsabilidade dos comandados de Norberto Alves. Para esta época os estudantes decidiram mexer o menos possível na tentativa de voltar a recolher os frutos. Do que já vi parece haver matéria suficiente para avançar para os play-off sem problemas.
VAGOS - A equipa da Vila de Vagos parte para mais um campeonato com o intuito de continuar a ganhar espaço entre os grandes do basquetebol nacional. Num clube onde o feminino é rei, a equipa masculina tem um longo desafio pela frente. Já tive oportunidade de escrever que esta equipa tem bem menos talento que a da época passada por isso o trabalho e a entrega em cada jogo vai ser determinante. Ainda assim o play-off é possível.
BARREIRENSE - A equipa do Barreiro continua a cumprir a tradição de apostar na prata da casa e os miúdos que vai lançando estão cada vez mais crescidos, por isso a inexperiência começa a deixar de ser argumento. Para já a equipa conta apenas com dois estrangeiros. Esta equipa promete ser um adversário difícil durante a época e os play-off são uma meta obrigatória.
C.A.B. MADEIRA - Os madeirenses têm nos últimos anos começado do zero e esta é mais uma época de construção para João Freitas. Com um plantel até ao curto, esta equipa do CAB dificilmente protagonizará o início de época do ano passado. Mais uma época de grande trabalho portanto para João Freitas. Nesta equipa do CAB destaque para Rick Cardoso, mais um atleta descoberto por um clube e que pode dar uma mãozinha na selecção.
FISÍCA TORRES VEDRAS - A época passada tive a oportunidade de conversar com o José Tavares e ele confidenciou-me que aquela era uma época de aprendizagem, por isso esta época só pode ser para fazer melhor e os oito primeiros lugares são um objectivo. Não conhecendo a fundo o plantel da Física, pelos nomes apresentados este parece ser um plantel bem mais equilibrado e com mais soluções.
GINÁSIO - A tradição já não é o que era e com o passar do tempo a equipa da Figueira vai perdendo a preponderância que já teve no basquetebol nacional. Esta época a regra mantém-se e a equipa do Ginásio parece-me curta para enfrentar grandes desafios. Talvez lá mais para a frente e com mais um estrangeiro, Sérgio Salvador consiga formar um grupo capaz de estar mais perto dos lugares cimeiros da prova.
Para o fim ficaram propositadamente os novos inquilinos desta prova. Estão cá por direito próprio, estão por convicção, pese embora os regulamentos os obrigassem a estar de qualquer maneira.
ILLIABUM - Para o Illiabum este é o ano do regresso ao convívio com os grandes do basquetebol nacional. Depois de alguns anos de tirocínio na Proliga é grande a expectativa em torno do actual campeão da prova. Com um jovem treinador aos comandos, o Illiabum apostou na manutenção da suas peças fundamentias e em ano de regresso e face ao quadro competitivo pode aspirar a um lugar entre os oito finalistas.
SAMPAENSE - Depois de resistir durante alguns anos à tentação fácil de estar entre os grandes é chegada a altura de o fazer com os pés aparentemente assentes na terra. Também o Sampaense apostou num treinador jovem para comandar a equipa no meio dos tubarões numa aposta de risco elevado para um ano de estreia. Do pouco que vi pareceu-me uma equipa fágil mas entretanto o grupo já foi retocado.
2 comentários:
É extraordinário para mim ver o Vitória citado entre os maiores da modalidade.
Depois de diversos anos nos escalões secundários, o basket em Guimarães ganhou novo fôlego com a incorporação no Vitória.
Grande mérito para o dr A.Lourenço, sem dúvida, e também para o treinador Fernando Sá.
força Illiabum.........
YELLOW FANATICS sempre convosco...
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