terça-feira, 1 de novembro de 2011

Regresso forçado!!!!!!!!!

Regresso, mas contrariado.
Regresso depois de constatar que após a ultima publicação feita neste espaço (27de Maio de 2010) tudo o que lá está escrito ainda continua actual.
Regresso porque hoje constato com imensa surpresa que afinal era possível descermos ainda mais baixo.

Antes de mais convém ressalvar que esta longa ausência se deveu única e simplesmente ao facto de ter sido eleito delegado, em representação dos clubes da ABA nas assembleias da  FPB, e como tal achei por bem dizer tudo o que achei necessário em sede própria e não através deste espaço. Hoje quebro essa regra porque já não posso calar mais a minha revolta por tudo o que de mau fizeram e continuam a fazer ao basquetebol português.

Acabo de ver o Benfica 87- Ginásio 30 (!!!!!!!!!!) e no final do jogo que só não acabou pior para o Ginásio porque o Benfica fez rodar todos os seus atletas disponíveis, constato que de facto é esta a pobre imagem que tem o basquetebol português: pavilhão vazio, jogo desequilibrado, mal jogado, mas com a presença de três árbitros, não vá a Federação Internacional pensar que somos uns quaisquer pelintras. Fica assim tranquilo o Sr. Presidente da FPB, está salvaguardada a imagem do basquetebol português. E eu a pensar que até há bem pouco tempo uma das preocupações fundamentais seria reformular as competições jovens para entre outras coisas evitar resultados deste tipo, e depois na principal competição nacional é isto que vemos. Tenho o máximo respeito pelos atletas, treinadores e dirigentes do histórico Ginásio Figueirense, mas esta é uma página negra do clube.
Mas situações como esta infelizmente vão acontecer ao longo desta época, porque este campeonato foi mal estruturado, algumas das equipas presentes se calhar nem condições legais têm para o fazer e só estão na competição para que Benfica e Porto possam gladiar entre si. Não temos condições para ter uma competição a 12? Então fazemos uma com menos equipas mas mais adequada às nossas realidades.
Por falar em ilegalidades, não houve uma equipa que desistiu de uma competição oficial? Alguém sabe mais alguma coisa? Dêem novidades.
Pelo meio fomos ao Eurobasket, beneficiando do alargamento e pese embora o resultado obtido ter sido apenas e só derrotas, a grande verdade é que defrontámos as melhores selecções do mundo, mas nem aqui a FPB teve arte e engenho para fazer valer isso em favor do basquetebol português, nem um só jogo transmitido em sinal aberto, numa clara demonstração de falta de poder negocial ou de credibilidade perante as altas instâncias do país. Nota alta para a entrega dos nossos atletas e preocupação com o futuro. O que vem a seguir?
Sim, o que vem a seguir? Dos actuais seleccionados quantos têm mais de 30 anos?  A pergunta poderia ser feita ao actual seleccionador, pessoa que aprendi a respeitar de há muitos anos a esta parte, mas ele só está a meio tempo. E eu que pensava que poderiam existir condições para que se realizasse um trabalho profundo ao nível da formação para devolver o basquetebol a um nível aceitável dentro de alguns anos. Afinal tivemos um treinador que apenas se preocupou com o Eurobasket, pelo meio ficou por avaliar a necessária reestruturação das competições jovens com vista à renovação da selecção nacional.

Pelo meio zangaram-se as "comadres". O Presidente em exercício da Assembleia Geral da FPB pôs o dedo na ferida, disse algumas verdades, muitas delas incómodas, e afrontou o poder instituído, só faltou mesmo dizer do estado de arrependimento ou não, sobre a sua recusa ao convite do professor José Curado para fazer parte do seu projecto aquando das últimas eleições.

Entretanto a resposta veio dura e incisiva de onde menos se esperava. O primeiro a responder foi o Seleccionador Mário Palma que assim se defendeu contra argumentando, e qual fiel escudeiro pediu a demissão do Presidente da Assembleia Geral da FPB, pasme-se. Tenho 42 anos e estes dois Senhores foram a par de outros como Carlos Gouveia, José Curado, o falecido José Olimpio, Mário Silva, Luís Magalhães, Orlando Simões, etc... pessoas que aprendi a admirar pela sua postura, educação e conhecimento. Se calhar ambos têm razão e melhor era que trabalhassem cada um na sua actual estrutura para mudar o estado das coisas.
Por esta altura passo pelo sítio da Federação e tento saber resultados da modalidade. Os resultados da LPB já lá estão. Daquela que foi em tempos a "menina dos olhos" do presidente da FPB nada. Mudam-se os tempos...
A conversa já vai longa e eu próprio me encontro aborrecido com o que escrevo. Estou triste com o actual estado da minha modalidade. É urgente mudar o chip, sem culpar, sem julgar, apenas vendo nas críticas oportunidades de melhoria.
É nas alturas de maior crise que se vêm os grandes líderes e esta é uma oportunidade única.

5 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Ora cá está um regresso que se saúda, um sitio que pode e deve servir para debater ideias, estando-se, ou não, de acordo com o momento actual da modalidade.E devo começar por manifestar a minha total concordância com tudo o que escreves-te acerca do que se passa no basquete actual.Não sendo novidade para ninguém os momentos difíceis porque passa o país, com as pessoasa e empresas em grandes dificuldades económico/financeiras, daí a precaridade da falta de patrocinadores, espanta-nos como é que os responsáveis pela modalidade continuam a fazer de conta, assobiando para o lado e permitindo que a "banda" continue a tocar completamente desafinada, com instrumentos avariados, fardas esfarrapadas, porque o que importa é que siga tocando...
O que assistimos ontem, foi, na minha opinião, a machadada final nesta competição (LPB), que nasceu sem condições para vingar e que existe somente porque é necessário "arranjar" dez inocentes para os "grandes" lincharem ao fim de semana, até atingirem a grande final e aí se gladiarem pelo título de "maior de Portugal".É claro que tudo isto acontece com o apoio dos clubes pequenos (directores) que, apesar das enormes dificuldades, sendo em alguns casos os principais "patrocinadores" das suas equipas, aceitam participar nesta feira de vaidades, corra por onde correr."Avançamos que depois logo se verá", parece ser o lema cada vez mais Português.O resultado de muitas destas aventuras aparecem depois nos espectáculos pouco dignificantes (desportivamente falando)como o que assistimos ontem na Luz.Soluções existem?Curas milagrosas, há por aí?Não me parece, no entanto, terminava com algumas perguntas que poderão ajudar, na minha opinião, a responder áquelas.Faz sentido aceitar equipas sem condições desportivo/financeiras na principal competição, somente pelo direito desportivo?Faz sentido, uma competição como a Proliga no panorama actual do basquete?Faz sentido a CNB1 actual?Faz sentido a manutenção (doentia) de três árbitros na LPB?Para quê?Faz sentido manter o actual quadro competitivo nos escalões de formação?Faz sentido manter as pessoas que dirigem a modalidade há cerca de 30 anos, sendo que já todos percebemos que neste momento são o problema e não parte da solução?
No dia em que as pessoas do basquete decidirem, de uma vez por todas, parar para pensar e discutir estas e outras perguntas, talvez a modalidade renasça e volte a ser o que já foi.Até esse dia chegar......aguardemos!
CO

Anónimo disse...

... verdade o estado do basquetebol actual! lamentavel!... mas com tantos defensores por estes espaços virtuais da extinta Liga Profissional, do seu modelo, dos seus representantes e defensores todos "profissionais" gostava só de deixar a pergunta: Quantos projectos dessa extinta liga deixaram algo para além das dividas e da sua extinção? Santarém, Leiria, Belém, Queluz, Aveiro, etc etc... e o próprio Illiabum... igual ao Pais e aos politicos que pensavam que um dia a "conta" não iria chegar... com juros e correcção monetária!!! Quando "havia" foi só gastar... e pelos vistos, vários agentes desportivos, ainda não repararam que... o "Rei vai nu"! Mas desculpem que diga não é de hoje... e quando a "toda esta corte" os mesmos "nobres"... "os mesmos a ditar as leis"... Melhores cumprimentos. JA

Anónimo disse...

O Basquetebol português está num estado...O Professor Jorge Araújo tocou realmente na ferida, e os senhores que têm a mania que mandam ni basquetebol, mas não têm capacidade de verem que estão a mais na modalidade. O que disse o Professor Jorge Araújo, é o que muita gente pensa, não tem é coragem de dizer. O sr.Presidente da Federação devia era contar e explicar as promessas que fez aos elementos novos da federação, entre os quais o professor Jorge araújo, e uma das promessas por exemplo era a troca de director técnico nacional (o sr. dos lirismos, que para ele está sempre tudo bem no basquetebol português, como diz o ditado popular, o maior cego é aquele que não quer ver, e aplica-se na integra ao sr.Manuel Fernandes).

Anónimo disse...

Concordo plenamente com o foi escrito por todos. Sou um muito recente amante da modalidade, herdando a paixão por tanto acompanhar os miudos desde há alguns anos. Fui a Coimbra ver o jogo de qualificação para o Europeu da nossa seleção e compreendi que os jogadores que jogaram podiam ir de taxi para o campeonato. Os mais novos nem aqueceram para entrar, o futuro está garantido. Fui recentemente ver o Barcelos-Porto, a miséria descrita de Benfica-Ginásio repetiu-se. O Barcelos apesar de tudo está de parabéns, se se mantiver a pagar os salários até final da época é forte candidata a ficar no top5 por exclusão das restantes. Quanto à formação, acompanhei de perto os treinos de Natal da seleção S13 da ABP e fiquei desanimado. Quando muitos miudos jogam há 2 anos em campo inteiro, foram treinar entre os melhores da sua região em meio campo como se de minis se tratasse. Agora supostamente vão escolher os melhores, vendo os treinos e os jogos, mas no primeiro treino da equipa que recebeu a selecção os seus atletas ficaram desde logo a saber que o lugar deles estava assegurado. Ainda bem pois se fosse pelos jogos não tinham hipótese pois desde o início da época ainda não ganharam um, perdendo-os todos com diferenciais entre 30 e 80 pontos! De louvar apenas o empenho dos responsáveis, pais e miudos que continuam a acreditar que vale a pena. Esta é a imagem não da formação, não da ABP, não do basquete nacional, mas sim do país. O lugar reservado, o amigo do amigo, a esperteza, as vacas sagradas, tudo ajuda ao caos completo. Mas não podemos desistir, os miudos já sabem que não vão viver do basquete, que vão ter de trabalhar para se darem ao luxo de treinar e jogar basquete como hobi, mas ao menos que aposte na renovação e quem sabe se os miudos que estão agora a nascer nos poderão dar grandes alegrias por Portugal.